Responsabilidade no emprego de Produtos Perigosos
Desde
1998 há um Decreto assinado pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso e vigente
até hoje promulgando a Convenção nº 170 da OIT ( que foi adotada em mais de
200 países)
Essa Convenção dispõe sobre a Segurança
na Utilização, Manuseio, Transporte, Armazenagem e eliminação de Produtos
Químicos e deve ser integralmente cumprida sob pena da lei
Art. 56. da lei 9605 de 1998: Produzir, processar, embalar,
importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar,
ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à
saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas
em leis ou nos seus regulamentos:
E em caso do produto Perigoso for
também classificado como Controlado, não deixe de ter as Licenças pertinentes.
Abaixo a Convenção em questão:
CONSIDERANDO que a Convenção nº 170 da OIT, relativa à Segurança na Utilização
de Produtos Químicos no Trabalho, foi assinada em Genebra, em 25 de junho de
1990;
CONSIDERANDO que o ato multilateral em epígrafe foi oportunamente aprovado por
meio do Decreto Legislativo número 67, de 4 de maio de 1995;
CONSIDERANDO que a Convenção em tela entrou em vigor internacional em 4 de
novembro de 1993;
CONSIDERANDO que o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação da
Emenda em 23 de dezembro de 1996, passando a mesma a vigorar, para o Brasil, em
22 de dezembro de 1997,
Art 1º A Convenção nº 170 da OIT, relativa à Segurança na Utilização de
Produtos Químicos no Trabalho, assinada em Genebra, em 25 de junho de 1990,
apensa por cópia ao Presente Decreto, deverá ser cumprida tão inteiramente como
nela se contém.
Art 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, em 3 de julho de 1998; 177º
da Independência e 110º da República.
Luiz Felipe Lampreia
CONVENÇÃO 170
Convenção Relativa à Segurança na Utilização dos Produtos Químicos no Trabalho
A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho.
Convocada em Genebra pelo Conselho Administrativo da Repartição Internacional
do Trabalho e tendo ali se reunido a 6 de junho de 1990, na sua septuagésima
sétima sessão;
Tomando nota das Convenções e Recomendações internacionais do trabalho sobre a
matéria e, em particular, a Convenção e a Recomendação sobre o benzeno, 1971; a
Convenção e a Recomendação sobre o câncer profissional, 1974; a Convenção e a
Recomendação sobre o meio ambiente no trabalho (poluição do ar, ruído e
vibrações), 1977; a Convenção e a Recomendação sobre segurança e saúde dos
trabalhadores, 1981; a Convenção e a Recomendação relativa aos serviços de
saúde no trabalho, 1985; a Convenção e a Recomendação sobre o asbesto, 1986, e
a lista de doenças profissionais, na sua versão emendada de 1980, que se
encontra como anexo à Convenção sobre os benefícios em caso de acidentes do
trabalho e doenças profissionais, 1964;
Observando que a proteção dos trabalhadores contra os efeitos nocivos dos
produtos químicos contribui também para a proteção do público em geral e do
meio ambiente;
Observando que o acesso dos trabalhadores à informação acerca dos produtos
químicos utilizados no trabalho responde a uma necessidade e é um direito dos
trabalhadores;
Considerando que é essencial prevenir as doenças e os acidentes causados pelos
produtos químicos no trabalho ou reduzir a sua incidência:
a) garantindo que todos os produtos químicos sejam avaliados a fim de se
determinar o perigo que apresentam;
b) proporcionando aos empregadores sistemas que lhes permitam obter dos
fornecedores informações sobre os produtos químicos utilizados no trabalho, de
forma a poderem pôr em prática programas eficazes de proteção dos trabalhadores
contra os perigos provocados pelos produtos químicos;
c) proporcionando aos trabalhadores informações sobre os produtos químicos
utilizados nos locais de trabalho, bem como as medidas adequadas de prevenção
que lhes permitam participar eficazmente dos programas de proteção, e
d) estabelecendo as orientações básicas desses programas para garantir a
utilização dos produtos químicos em condições de segurança.
Fazendo referência à necessidade de uma cooperação no âmbito do Programa
Internacional de Segurança nos Produtos Químicos entre a Organização
Internacional do Trabalho, o Programa das Nações Unidas para a Meio Ambiente e
a Organização Mundial da Saúde, bem como com a Organização das Nações Unidas
para o Desenvolvimento Industrial, e observando os instrumentos, códigos e
diretrizes pertinentes promulgados por estas organizações;
Após ter decidido adotar diversas propostas relativas à segurança na utilização
de produtos químicos no trabalho, questão que constitui o quinto item na agenda
da sessão, e
Após ter decidido que essas propostas deveriam tomar a forma de uma Convenção
internacional, adota, neste vigésimo quinto dia do mês de junho de mil
novecentos e noventa, a seguinte Convenção, que será denominada Convenção Sobre
Produtos Químicos, 1990:
PARTE I
ÁREA DE APLICAÇÃO E DEFINIÇÕES
Artigo 1
1. A presente Convenção aplica-se a todos os ramos da atividade econômica em
que são utilizados produtos químicos.
2. Com consulta prévia junto às organizações mais representativas de
empregadores e trabalhadores interessadas, e com base em uma avaliação dos peritos
existentes e das medidas de proteção que deverão ser aplicadas, a autoridade
competente de todo Membro que ratificar a Convenção:
a) poderá excluir da aplicação da Convenção, ou de algumas das suas
disposições, determinados ramos da atividade econômica, empresas ou produtos:
I) quando a sua aplicação apresentar problemas especiais de suficiente
importância, e
II) quando a proteção outorgada no seu conjunto, em conformidade àquela que
resultaria da aplicação, na íntegra, das disposições da Convenção;
b) deverá estabelecer disposições especiais para proteger as informações
confidenciais, cuja divulgação, a um concorrente poderia resultar prejudicial
para a atividade do empregador, sob a condição de que a segurança e a saúde dos
trabalhadores não fiquem comprometidas.
3. A Convenção não se aplica aos artigos que, sob condições de utilização
normais ou razoavelmente previsíveis, não expõem os trabalhadores a um produto
químico perigoso.
4. A Convenção não se aplica aos organismos, mas aplica-se, sim, aos produtos
químicos derivados dos organismos.
Artigo 2
Para fins da presente Convenção:
a) a expressão "produtos químicos" designa os elementos e compostos
químicos, e suas misturas, sejam naturais, sejam sintéticos;
b) a expressão "produtos químicos perigosos" abrange todo produto
químico que tiver sido classificado como perigoso em conformidade com o Artigo
6, ou sobre o qual existam informações pertinentes indicando que ele implica
risco;
c) a expressão "utilização de produtos químicos no trabalho implica toda
atividade de trabalho que poderia expor um trabalhador a um produto químico, e
abrange:
I) a produção de produtos químicos;
II) o manuseio de produtos químicos;
III) o armazenamento de produtos químicos;
IV) o transporte de produtos químicos;
V) a eliminação e o tratamento dos resíduos de produtos químicos;
VI) a emissão de produtos químicos resultantes do trabalho;
VII) a manutenção, a reparação e a limpeza de equipamentos e recipientes
utilizados para os produtos químicos;
d) a expressão "ramos da atividade econômica" aplica-se a todos os
ramos onde existam trabalhadores empregados, inclusive a administração pública;
e) o termo "artigo" designa todo objeto que seja fabricado com uma
forma ou um projeto específico, ou que esteja na sua forma natural, e cuja
utilização dependa total ou parcialmente das características de forma ou
projeto;
f) a expressão "representantes dos trabalhadores" designa as pessoas
reconhecidas como tais pela legislação ou a prática nacionais, em conformidade
com a convenção sobre os representantes dos trabalhadores, 1971.
PARTE II
PRINCÍPIOS GERAIS
Artigo 3
Deverão ser consultadas as organizações mais representativas de empregadores e
de trabalhadores interessadas acerca das medidas destinadas a levar a efeito as
disposições da Convenção.
Artigo 4
Todo Membro deverá, em consulta com as organizações mais representativas de
empregadores e de trabalhadores, e levando na devida conta as condições e
práticas nacionais, formular, pôr em prática e reexaminar periodicamente uma
política coerente de segurança na utilização de produtos químicos no trabalho.
Artigo 5
A autoridade competente, se for justificado por motivos de segurança e saúde,
deverá poder proibir ou restringir a utilização de certos produtos químicos
perigosos, ou exigir notificação e autorização prévias para a utilização desses
produtos.
PARTE III
CLASSIFICAÇÃO E MEDIDAS CONEXAS
Artigo 6
Sistema de Classificação:
1. A autoridade competente, ou os organismos aprovados ou reconhecidos pela
autoridade competente, em conformidade com as normas nacionais ou
internacionais, deverão estabelecer sistemas e critérios específicos
apropriados para classificar todos os produtos químicos em função do tipo e do
grau dos riscos físicos e para a saúde que os mesmos oferecem, e para avaliar a
pertinência das informações necessárias para determinar a sua periculosidade.
2. As propriedades perigosas das misturas formadas por dois ou mais produtos
químicos poderão ser determinadas avaliando os riscos que oferecem os produtos
químicos que as compõem.
3. No caso do transporte, tais sistemas e critérios deverão levar em
consideração as Recomendações das Nações Unidas relativas ao transporte de
mercadorias perigosas.
4. Os sistemas de classificação e a sua aplicação deverão ser progressivamente
ampliados.
Artigo 7
ROTULAÇÃO E MARCAÇÃO
1. Todos os produtos químicos deverão portar uma marca que permita a sua
identificação.
2. Os produtos químicos perigosos deverão portar, ainda, uma etiqueta
facilmente compreensível para os trabalhadores, que facilite informações
essenciais sobre a sua classificação, os perigos que oferecem e as precauções
de segurança que devam ser observadas.
3.1 As exigências para rotular ou marcar os produtos químicos, de acordo com os
parágrafos 1 e 2 do presente Artigo, deverão ser estabelecidas pela autoridade
competente ou por um organismo aprovado ou reconhecido pela autoridade
competente, em conformidade com as normas nacionais ou internacionais.
3.2 No caso do transporte, tais exigências deverão levar em consideração as
Recomendações das Nações Unidas relativas ao transporte de mercadorias
perigosas.
Artigo 8
FICHAS COM DADOS DE SEGURANÇA
1. Os empregadores que utilizem produtos químicas perigosos deverão receber
fichas com dados de segurança que contenham informações essenciais detalhadas
sobre a sua identificação, seu fornecedor, a sua classificação, a sua
periculosidade, as medidas de precaução e os procedimentos de emergência.
2. Os critérios para a elaboração das fichas com dados de segurança deverão ser
estabelecidos pela autoridade competente ou por um organismo aprovado ou
reconhecido pela autoridade competente, em conformidade com as normas nacionais
ou internacionais.
3. A denominação química ou comum utilizada para identificar o produto químico
na ficha com dados de segurança deverá ser a mesma que aparece na etiqueta.
Artigo 9
RESPONSABILIDADE DOS FORNECEDORES
1. Os fornecedores, tanto se tratando de fabricantes ou importadores como de
distribuidores de produtos químicos, deverão assegurar-se de que:
a) os produtos químicos que fornecem foram classificados de acordo com o Artigo
6, com base no conhecimento das suas propriedades e na busca de informações
disponíveis ou avaliados em conformidade com o parágrafo 3 do presente Artigo;
b) esses produtos químicos ostentem uma marca que permita a sua identificação,
em conformidade com o parágrafo 1 do Artigo 7;
c) os produtos químicos perigosos que são fornecidos sejam, etiquetados em
conformidade com o parágrafo 2 do Artigo 7;
d) sejam preparadas e proporcionadas aos empregadores, de acordo com o
parágrafo 1 do Artigo 8, fichas com dados de segurança relativas aos produtos
químicos perigosos.
2. Os fornecedores de produtos químicos perigosos deverão zelar para que sejam
preparadas e fornecidas aos empregadores, segundo método acorde com a
legislação e a prática nacionais, as etiquetas e as fichas com dados de
segurança, revisadas sempre que surgirem novas informações pertinentes em
matéria de saúde e segurança.
3. Os fornecedores de produtos químicos que ainda não tenham sido classificados
em conformidade com o Artigo 6 deverão identificar os produtos que fornecem e
avaliar as propriedades desses produtos químicos se baseando nas informações
disponíveis, com a finalidade de se determinar se são perigosas.
PARTE IV
RESPONSABILIDADE DOS EMPREGADORES
Artigo 10
IDENTIFICAÇÃO
1. Os empregadores deverão assegurar-se de que todos os produtos químicos
utilizados no trabalho estejam etiquetados ou marcados, de acordo com o
previsto no Artigo 7, e de que as fichas com dados de segurança foram
proporcionadas, segundo é previsto no Artigo 8, e colocadas à disposição dos
trabalhadores e de seus representantes.
2. Quando os empregadores receberem produtos químicos que não tenham sido
etiquetados ou marcados de acordo com a previsto no Artigo 7 ou para os quais
não tenham sido proporcionadas fichas com dados de segurança, conforme está
prevista no Artigo 8, deverão obter informações pertinentes do fornecedor ou de
outras fontes de informação razoavelmente disponíveis, e não deverão utilizar
os produtos químicos antes de obterem essas informações.
3. Os empregadores deverão assegurar-se de que somente sejam utilizados aqueles
produtos classificados de acordo com o previsto no Artigo 6 ou identificados ou
avaliados segundo o parágrafo 3 do Artigo 9 e etiquetados ou marcados em
conformidade com o Artigo 7, bem como de que sejam tomadas todas as devidas
precauções durante a sua utilização.
Artigo 11
TRANSFERÊNCIA DE PRODUTOS QUÍMICOS
Os empregadores deverão zelar para que, quando sejam transferidos produtos
químicos para outros recipientes ou equipamentos, seja indicado o conteúdo
destes últimos a fim de que os trabalhadores fiquem informados sobre a
identidade desses produtos, dos riscos que oferece a sua utilização e de todas
as precauções de segurança que devem ser adotadas.
Artigo 12
EXPOSIÇÃO
Os empregadores deverão:
a) se assegurar de que seus trabalhadores não fiquem expostos a produtos
químicos acima dos limites de exposição ou de outros critérios de exposição
para a avaliação e o controle do meio ambiente de trabalho estabelecidos pela
autoridade competente ou por um organismo aprovado ou reconhecido pela
autoridade competente, em conformidade com as normas nacionais ou
internacionais;
b) avaliar a exposição dos trabalhadores aos produtos químicos perigosos;
c) vigiar e registrar a exposição dos trabalhadores a produtos químicos
perigosos quando isso for necessário, para proteger a sua segurança e a sua
saúde, ou quando estiver prescrito pela autoridade competente;
d) assegurar-se de que os dados relativos à vigilância do meio ambiente de
trabalho e da exposição dos trabalhadores que utilizam produtos químicos
perigosos sejam conservadas durante o período prescrito pela autoridade
competente e estejam acessíveis para esses trabalhadores e os seus
representantes.
Artigo 13
CONTROLE OPERACIONAL
1. Os empregadores deverão avaliar os riscos dimanantes da utilização de
produtos químicos no trabalho, e assegurar a proteção dos trabalhadores contra
tais riscos pelos meios apropriados, e especialmente:
a) escolhendo os produtos químicos que eliminem ou reduzam ao mínimo o grau de
risco;
b) elegendo tecnologia que elimine ou reduza ao mínimo o grau de risco;
c) aplicando medidas adequadas de controle técnico;
d) adotando sistemas e métodos de trabalho que eliminem ou reduzam ao mínimo o
grau de risco;
e) adotando medidas adequadas de higiene do trabalho;
f) quando as medidas que acabam de ser enunciadas não forem suficientes,
facilitando, sem ônus para o trabalhador, equipamentos de proteção pessoal e
roupas protetoras, assegurando a adequada manutenção e zelando pela utilização
desses meios de proteção.
2. Os empregadores deverão:
a) limitar a exposição aos produtos químicos perigosos para proteger a
segurança e a saúde dos trabalhadores;
b) proporcionar os primeiros socorros;
c) tomar medidas para enfrentar situações de emergência.
Artigo 14
ELIMINAÇÃO
Os produtos químicos perigosos que não sejam mais necessários e os recipientes
que foram esvaziados, mas que possam conter resíduos de produtos químicos perigosos,
deverão ser manipulados ou eliminados de maneira a eliminar ou reduzir ao
mínimo os riscos para a segurança e a saúde, bem como para o meio ambiente, em
conformidade com a legislação e a prática nacionais.
Artigo 15
INFORMAÇÃO E FORMAÇÃO
Os empregadores deverão:
a) informar aos trabalhadores sobre os perigos que oferece a exposição aos
produtos químicos que utilizam no local de trabalho;
b) instruir os trabalhadores sobre a forma de obterem e usarem as informações
que aparecem nas etiquetas e nas fichas com dados de segurança;
c) utilizar as fichas com dados de segurança, juntamente com as informações
específicas do local de trabalho, como base para a preparação de instruções
para os trabalhadores, que deverão ser escritas se houver oportunidade;
d) proporcionar treinamento aos trabalhadores, continuamente, sobre os
procedimentos e práticas a serem seguidas com vistas à utilização segura de
produtos químicos no trabalho.
Artigo 16
COOPERAÇÃO
Os empregadores, no âmbito das suas responsabilidades, deverão cooperar da
forma mais estreita que for possível com os trabalhadores ou seus
representantes com relação à segurança na utilização dos produtos químicos no
trabalho.
PARTE V
OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES
Artigo 17
1. Os trabalhadores deverão cooperar da forma mais estreita que for possível
com seus empregadores no âmbito das responsabilidades destes últimos e observar
todos os procedimentos e práticas estabelecidos com vistas à utilização segura
de produtos químicos no trabalho.
2. Os trabalhadores deverão adotar todas as medidas razoáveis para eliminar ou
reduzir ao mínimo, para eles mesmos e para os outros, os riscos que oferece a utilização
de produtos químicos no trabalho.
PARTE VI
DIREITOS DOS TRABALHADORES E SEUS REPRESENTANTES
Artigo 18
1. Os trabalhadores deverão ter o direito de se afastar de qualquer perigo
derivado da utilização de produtos químicos quando tiverem motivos razoáveis
para acreditar, que existe um risco grave e iminente para a sua segurança ou a
sua saúde, e deverão indicá-la sem demora ao seu supervisor.
2. Os trabalhadores que se afastem de um perigo, em conformidade com as
disposições do parágrafo anterior, ou que exercitem qualquer outro direito em
conformidade com esta Convenção, deverão estar protegidos contra as
conseqüências injustificadas desse ato.
3. Os trabalhadores interessados e os seus representantes deverão ter o direito
de obter:
a) informações sobre a identificação dos produtos químicos utilizados no
trabalho, as propriedades perigosas desses produtos, as medidas de precaução
que devem ser tomadas, a educação e a formação;
b) as informações contidas nas etiquetas e os símbolos;
c) as fichas com dados de segurança;
d) quaisquer outras informações que devam ser conservadas em virtude do
disposto na presente Convenção.
4. Quando a divulgação, a um concorrente, de identificação específica de um
ingrediente de um composto químico puder resultar prejudicial para a atividade
do empregador, ele poderá, ao fornecer as informações mencionadas no parágrafo
3, proteger a identificação do ingrediente, de acordo com as disposições
estabelecidas pelas autoridades competentes, em conformidade com o Artigo 1,
parágrafo 2, item b ).
PARTE VII
RESPONSABILIDADES DOS ESTADOS EXPORTADORES
Artigo 19
Quando em um Estado-Membro exportador a utilização de produtos químicos
perigosos tenha sido total ou parcialmente proibida por razões de segurança e
saúde no trabalho, esse Estado deverá levar esse fato e as razões que o
motivaram ao conhecimento de todo país ao qual exporta.
Artigo 20
As ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas, para seu
registro, ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho.
Artigo 21
1. A presente Convenção somente vinculará os Membros da Organização
Internacional do Trabalho cujas ratificações tenham sido registradas pelo
Diretor-Geral.
2. Esta Convenção entrará em vigor doze meses após o registro das ratificações
de dois Membros por parte do Diretor-Geral.
3. Posteriormente, esta Convenção entrará em vigor, para cada Membro, doze
meses após o registro da sua ratificação.
Artigo 22
1. Todo Membro que tenha ratificado a presente Convenção poderá denunciá-la
após a expiração de um período de dez anos contados da entrada em vigor
mediante ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do
Trabalho e por ele registrado. A denúncia só surtirá efeito um ano após o seu
registro.
2. Todo Membro que tenha ratificado a presente Convenção e não fizer uso da
faculdade de denúncia prevista pelo presente Artigo dentro do prazo de um ano
após a expiração do período de dez anos previstos pelo parágrafo anterior,
ficará obrigado por um novo período de dez anos e, posteriormente, poderá
denunciar a presente Convenção ao expirar cada período de dez anos, nas
condições previstas no presente Artigo.
Artigo 23
1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho notificará a todos
os Membros da Organização Internacional do Trabalho o registro de todas as
ratificações, declarações e denúncias que lhe sejam comunicadas pelos Membros
da Organização.
2. Ao notificar aos Membros da organização o registro da segunda ratificação
que lhe tenha sido comunicada, o Diretor-Geral chamará a atenção dos membros
para a data de entrada em vigor da presente Convenção.
Artigo 24
O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao
Secretário-Geral das Nações Unidas, para fins de registro, conforme o Artigo 102
da Carta das Nações Unidas, as informações completas referentes a quaisquer
ratificações, declarações e atos de denúncia que tenha registrado de acordo com
os Artigos anteriores.
Artigo 25
Sempre que o julgar necessário, o Conselho de Administração da Repartição
Internacional do Trabalho apresentará à Conferência Geral um relatório sobre a
aplicação da presente Convenção e decidirá sobre a oportunidade de inscrever na
agenda da Conferência a questão da sua revisão total ou parcial.
Artigo 26
1. Se a Conferência adotar uma nova Convenção que revise total ou parcialmente
a presente Convenção e a menos que a nova convenção disponha contrariamente:
a) a ratificação, por um Membro, da nova Convenção revista implicará, de pleno
direito, não obstante o disposto pelo Artigo 22, supra, a denúncia imediata da
presente Convenção, desde que a nova Convenção revista tenha entrado em vigor.
b) a partir da entrada em vigor da Convenção revista, a presente Convenção
deixará de estar aberta à ratificação dos Membros.
2. A presente Convenção continuará em vigor, em qualquer caso, em sua forma e
teor atuais, para os Membros que a tiverem ratificado e que não ratificarem a
Convenção revista.
Artigo 27
As versões inglesa e francesa do texto da presente Convenção são igualmente
autênticas.
Gustavo Bertelli
Proprietário da Dinamica Assessoria em Documentos